15/06/07

Back In Black

O estado mais cru do rock desperta a minha atenção novamente, assim como delta blues que mesmo em formato mp3 emite o maravilhoso som da agulha a riscar um vinil. Defenitivamente nasci numa zona temporal a que não me consigo adaptar. A maioria destas bandas tiveram no auge anos antes de eu ver qualquer tipo de luz.

Lamento a minha geração...provavelmente se pertencesse a outra diria o mesmo, no entanto não consigo extrair nenhum outro sentimento.
Louvo,claro, ao avanço fantástico da ciência e tecnologia que permitiu criar um aparelho pequeno para transportar música para onde quer que vá (e outros afins), mas quanto mais penso, mais lamento. A minha geração não lutou pela liberdade ou qualquer outro direito humano, não sofreu nem sentiu a alegria de realizar um grande sonho, de uma nação inteira (porque não?). É, pelo contrário, preguiçosa, autoritária, confusa, dividida,... Vejo manisfestações por questões ambientais, politicas, educacionais, mas quais dessas de facto tiveram impacto ? A boa qualidade de vida foi entregue a nós de bandeja e praticamente o que andamos a fazer é a comer e cuspir no prato. Geração cega e conformada, com o mínimo de interesse por qualquer tipo de questões alheias; geração narcisista ; geração que louva seres que não tiveram nem uma gota de humanidade ( gostava de saber se estes mesmo que louvam agora, louvariam também no passado, vivendo num reino de autêntico terror); geração que priveligia a guerra.

Sei bem que generalizo demasiado, que existe por aí bons indivíduos que de facto se importam e não ficam de braços cruzados. A todos eles tiro o chapéu, pois o meu progresso nesse sentido é diminuto, e é com certa amargura que o reconheço, mas ainda há esperança.

Existem diversas razões para fazer algo, nem que seja só pelo bom karma. Acções individuais só por si ajudam o dobro e porque as pequenas coisas têm uma importância significativa.

Aproveitar o que foi cedido e pelo o qual tanto se lutou durante tantos anos. Viver num mundo onde a liberdade é sólida, onde cada individuo é tratado como um ser humano, o género não é discriminado
















1 comentário:

JAAS disse...

A nossa geração é mesmo um pouco ingrata. Pode-se dizer que nascemos num berço dourado, mas também ainda é cedo para dizer que nunca iremos enfrentar as mesmas situações que os nossos pais ou pior. Se, por nossa geração, te referes ás pessoas que têm neste momento entre vá, 15 e vinte anos, ainda há muito tempo para algo acontecer e nós precisarmos de fazer pelos nossos filhos o que os nossos pais fizeram para nós. Mas por enquanto, estamos no meio de um mundo com poucas causas pelas quais nos interessamos verdadeiramente. Pensamos que tudo se há-de resolver, eventualmente, tal como as grandes crises do passado se resolveram sem ser preciso a nossa intervenção. Só não percebemos que, mais cedo ou mais tarde, há-de realmente ser necessário tirarmos os fones dos ouvidos e fazer alguma coisa...


E é triste que por vezes pareça que o bom rock'n'roll tenha parado nos anos 80...



nuf said, Zeppelin Rules! xD